2008-12-15

Abrandamento na China

A China, graças ao seu notável crescimento dos últimos anos, ganhou um lugar de destaque na economia mundial. De acordo com os dados do Banco Mundial, o PIB da China no final de 2007 era de 3 280,053 mil milhões de dólares, tendo crescido 23.41% face ao ano anterior. De resto, nos 5 anos anteriores, cresceu em média 10.5% ao ano.

A China está de resto incluída nos 5 países que possuem apresentam um PIB agregado superior ao PIB dos restantes países do mundo, conforme é possível constatar no gráfico em baixo. Contudo, de acordo com as previsões do Banco Mundial, a China deverá ultrapassar o PIB Germânico no final deste ano tornando-se o país com o terceiro maior PIB do mundo.



Contudo, 2008 tem sido um dos piores anos das últimas décadas para a economia mundial e a China não é excepção. As vendas a retalho em Novembro cresceram 20.8% face ao período homólogo do ano anterior após terem crescido 22% em Outubro. Por outro lado, a despesa em materiais de construção caiu 32.6% enquanto que as vendas de casas caíram 20.6 nos 11 meses já decorridos desde o início do ano. No terceiro trimestre do ano, a economia da China expandiu-se 9% sendo este o ritmo mais lento dos últimos 5 anos, de acordo com as estimativas da Goldman Sachs.

As exportações também estão a ressentir-se da crise e caíram pela primeira em sete anos no mês de Novembro. Outro sinal de que o abrandamento económico é efectivo foi a diminuição drástica das importações. Ao mesmo tempo, também a produção de energia está a cair.

O Banco Mundial, no relatório divulgado na semana passada, reduziu a sua estimativa de crescimento da China em 2009 para 7.5%. No mês anterior, esta mesma entidade tinha pressionado a China para incrementar a despesa em saúde, educação e protecção sócia de modo a auxiliar os agregados com menor rendimento e ainda para reduzir a sua relutância ao consumo.

Uma das consequências que recentemente surgiu foi o facto de a China poder enfrentar um excesso de oferta de energia nos próximos dois anos. Actualmente, é o segundo maior consumidor de energia do mundo, com 17% da quota mundial, atrás dos EUA cujo consumo representa 21% do total (ver quadro em baixo). O excesso de oferta deverá surgir através do carvão, combustíveis e electricidade devido a expansão da sua capacidade produtiva que não deverá ser acompanhada pelo consumo quer interno quer externo, como reflecte o decréscimo das exportações.

A Agência Internacional de Energia cortou a procura chinesa de petróleo em 3.7% para os 8.2 milhões de barris por dia. Ao mesmo tempo, considera que a procura global de petróleo vai diminuir pela primeira vez desde 1983.

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