2008-12-17

Análise PSI 20

Desde o início do ano, o PSI 20 já perdeu cerca de 51% do seu valor. Isto significa que as 20 acções que compõe o índice português, em média devidamente ponderada (ver gráfico em baixo com o peso de cada acção do PSI 20), desvalorizaram aquele valor desde o início do ano. Estando numa altura em que é normal fazer o balanço do ano, torna-se interessante analisar diversos rácios financeiros das empresas que integram o PSI 20.
(todos os rácios foram calculados de acordo com os dados do terceiro trimestre do ano)


O PER (Price Earnings Ratio) relaciona o lucro da empresa com a sua capitalização bolsista, ou seja, diz quantas vezes é que o investidor paga pelos lucros da empresa. Na situação hipotética de ausência de crescimento e caso os lucros estivessem totalmente distribuídos, o PER traduziria o número de anos necessários para que o investidor recuperasse o capital investido. Sob este indicador, a Sonae e a Semapa apresentam-se como os títulos mais atractivos já que possuem os mais baixos valores. Pelo contrário, a Mota-Engil e a Sonaecom são as cotadas com maior PER.

O PBV (Price to Book Value) compara o capital próprio da empresa com a sua capitalização bolsista, isto é, diz-nos quantas vezes o investidor está a pagar pelo valor dos capitais próprios. A análise fundamental diz que valores de PBV baixos traduzem títulos “baratos” e consequentemente atractivos. Aqui, as empresas mais atractivas fazem todas parte do mesmo grupo: Sonae Indústria, Sonaecom e Sonae SGPS. Jerónimo Martins e ZON são as que apresentam o preço mais elevado face ao capital próprio.

O rácio de endividamento, ou Debt-to-Equity, é um indicador financeiro utilizado para medir a vulnerabilidade da empresa. Quanto maior este rácio maior é a vulnerabilidade da empresa. O seu valor é obtido através da relação entre o Passivo e o Capital Próprio da Empresa. Para além dos três bancos cotados (BES, BPI e BCP), a Mota Engil integra o conjunto de quatro empresas com maior rácio de endividamento. No lado oposto, EDP Renováveis, Galp e Sonaecom são as que apresentam melhor rácio de solvabilidade (oposto do rácio de endividamento).

O rácio de autonomia financeira mede a solvabilidade da empresa através do cálculo da proporção de activos que é financiado pelo capital próprio. Quanto maior este rácio, maior a estabilidade financeira da empresa. Por este indicador, os três bancos constituem o lote menos solvível enquanto que a EDP Renováveis e a Sonaecom são as mais atractivas.

O último indicador em análise é o ROE (Return on Equity) e traduz a rendibilidade dos capitais próprios. É utilizado para medir o retorno do capital próprio durante um ano. Este indicador é um dos mais importantes rácios financeiros, senão o mais importante. Quanto maior for este valor, maior é a eficiência de uma empresa gerar lucros a partir do activo líquido. A PT e Jerónimo Martins são as mais eficientes segundo a análise deste indicador enquanto que no lado oposto se encontra a Sonae Indústria e a Galp.
Em baixo uma tabela com todos estes indicadores:

Sem comentários: