2009-01-29

Risco de Deflação

A Reserva Federal norte-americana alertou que o abrandamento económico a nível mundial pode ser prolongado, o que trará riscos de deflação para a economia norte-americana. As declarações do Fed indiciaram preocupações sobre a economia mundial estar a enfraquecer de forma significativa e com riscos de que a inflação permaneça abaixo das taxas ideais.

A autoridade monetária dos EUA anunciou que a taxa de juro de referência se manteve inalterada e próxima de zero, reforçando que as taxas vão permanecer baixas durante algum tempo. Segundo os dados anunciados pelo FMI, o PIB norte-americano deverá sofrer uma contracção de 1.6% em 2009 enquanto que o nível de inflação vai reduzir-se para um mínimo histórico de 0.3%.

Para as economias é positivo que exista inflação pois é um sinal de dinamismo da sua actividade, levando as pessoas a não atrasaram as suas decisões de compra. Por norma, a inflação resulta do facto da procura de uma economia crescer mais rápido do que a respectiva oferta levando a um aumento dos preços.

Contudo, quando surge uma recessão a procura cresce menos do que a capacidade de produção e leva uma redução da inflação, isto é, desinflação, que consiste na diminuição do ritmo com que os preços aumentam. Em Portugal, ocorreu um processo de desinflação contínua na década de 90. A inflação passou de 13.6% em 1990 para 2.3% em 1997. Nos anos intermédios, a inflação diminuiu de ano para ano.

Contudo, mais grave é quando a economia entra numa situação de depressão económica. A procura de bens e serviços reduz-se ano após ano, sem que a oferta consiga acompanhar esta redução uma vez que a oferta é geralmente mais rígida que a procura. O resultado traduz-se numa diminuição dos preços.

Desenganem-se os que consideram que o facto dos preços estarem baixos é bom para os consumidores e consequentemente para o país. A baixa dos preços desincentiva a produção por parte das empresas e ocorre o risco de se cair num ciclo vicioso: redução da procura, diminuição da produção, diminuição da circulação de moeda, queda das exportações e preços consequentemente menores. Entra-se numa situação de deflação que é, como ocorre actualmente no Japão, muito mais difícil de combater.

Em baixo pode analisar a evolução aumento de preços no consumidor nos EUA para os últimos 10 anos. O gráfico tem periodicidade mensal e reflecte o aumento de preços registado em cada mês face ao mesmo período do ano anterior.

(fonte)

Sem comentários: