2009-02-19

BNP Paribas reporta prejuízo trimestral

O maior banco francês, o BNP Paribas, reportou um prejuízo de 1,37 mil milhões de euros no quarto trimestre de 2008 contra um lucro de 1,01 mil milhões de euros registados no período homólogo do ano anterior. No mês passado, o banco já tinha avançado com um prejuízo estimado de 1,4 mil milhões de euros. O dividendo referente a 2008 foi diminuido de 3,35 para 1 euro. A unidade da banca de investimento (que registou o seu primeiro défice trimestral) foi uma das grandes responsáveis pelo mau resultado do banco no quarto trimestre.

As provisões para os créditos de risco mais do que triplicaram para os 2,55 mil milhões de euros durante o trimestre em análise. A rede de retalho do BNP Paribas a nível internacional perdeu 2,5% para os 314 milhões de euros. Nos mercados emergentes, o prejuízo antes de impostos atingiu os 40 milhões de euros. Estas unidades acumularam provisões de 272 milhões de euros para fazer face à deterioração económica que se faz sentir na Ucrânia. Aliás, o BNP Paribas cancelou a concessão de crédito no país e tenciona encerrar 100 divisões bancárias. Em contrapartida, o banco francês pretende abrir 50 novas unidades em Itália.

O BNP Paribas foi bastante prejudicado pela instabilidade no mercado de capitais que se gerou após a falência do Lehman Brothers. Para além disso, a fraude de Bernard Madoff provocou um prejuízo de 345 milhões de euros na instituição bancária. Por isso, o BNP Paribas foi das primeiras instituições francesas a cancelar a atribuição de bónus em 2008. O CEO, Baudouin Prot, acredita que no primeiro trimestre deste ano, o BNP Paribas vai regressar aos lucros e, para isso, conta com o bom desempenho da banca de investimento.

Os títulos do banco acumulam uma desvalorização anual de 18,6%. Em 2008, a instituição financeira perdeu 59,24% do seu valor (ver gráfico abaixo a evolução das cotações).



O concorrente Société Générale apresentou ontem um lucro de 87 milhões de euros no quarto trimestre de 2008. Os empréstimos ao consumo em França permitiram compensar as perdas nas unidades internacionais de retalho e na banca de investimentos.

Fonte: Bloomberg

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