2009-06-10

Economia Portuguesa

Segundo a agência de notação financeira Fitch, a economia portuguesa deverá registar uma contracção acentuada no segundo trimestre do ano, devido à pressão que o crédito hipotecário em Portugal vai sofrer nos próximos meses. Espera-se ainda que os preços das casas caíam moderadamente durante o resto do ano, apesar da agência considerar que o sistema bancário português se manterá forte, rentável e bem capitalizado.

A contracção da economia nacional, já anualizada e relativa à totalidade do ano de 2009, deverá atingir os 3% e as estimativas da Fitch não contemplam crescimento em 2010. Já a taxa de desemprego, que atingiu os 8% no primeiro trimestre do ano, deverá aumentar substancialmente, rondando os 10% antes do final de 2010, o que traduz um crescimento de 20% face ao nível actual. Nas últimas recessões da economia portuguesa, o desemprego aumentou 74% de 1991 para 1995 e 100% de 2000 para 2005.

Esta contracção económica poderá ser a mais profunda sentida por Portugal nos últimos 15 anos. Federica Fabrizi, directora da equipa da Fitch, afirmou que apesar de a descida das taxas de juro ter beneficiado a capacidade de os tomadores de empréstimos obterem financiamento, o enfraquecimento dos fundamentais económicos e a deterioração das condições do mercado imobiliário poderão intensificar os atrasos nos pagamentos e o malparado no que diz respeito aos RMBS (títulos associados a créditos hipotecários residenciais) em Portugal.

(Jornal de Negócios)

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