2009-08-31

Crescimento na Índia

O crescimento da economia indiana acelerou pela primeira vez desde 2007, indicando que o impacto que a recessão global teve na terceira maior economia asiática está a esvanecer.

O Produto Interno Bruto cresceu 6,1% no último trimestre face a igual período do ano anterior, depois de ter aumentado 5,8% nos três meses prévios, segundo revelou a Organização Central de Estatística hoje em Nova Deli. Ainda assim, apesar dos resultados positivos, os economistas consultados pela Bloomberg tinham previsto um crescimento do produto em 6,2%.

A Índia junta-se assim à China, Japão e Indonésia, como economias que aumentaram o ritmo de crescimento. A região tem beneficiado de um programa de 950 mil milhões de dólares para estimular os gastos e de custos de endividamento mais baixos. Quando a recessão atingiu a Índia, o Banco Central injectou cerca de 115 mil milhões de dólares na economia, que conjuntamente com o plano de estímulo fiscal do Governo totaliza mais de 12% do PIB do país.

A autoridade monetária do país manteve inalterado o nível de juros na sua última reunião em 28 de Julho, tendo também sinalizado que o fim da profunda ronda de corte de juros, com base na preocupação de que a inflação poderá disparar a partir de Outubro. A próxima reunião terá lugar no final desse mês.

Segundo o vice-presidente da Honda, segunda maior construtora de automóveis do Japão, o crescimento económico verificado na Índia é muito bom. Jnaneswar Sem anunciou ainda que vai aumentar a produção de automóveis na Índia em 50% a partir do próximo mês para dar resposta à crescente procura. A Volkswagen, a Toyota e outras construtoras de automóveis anunciaram também que planeiam gastar cerca de 6 mil milhões de dólares até 2012 para construir fábricas na Índia para compensar a queda da procura nos mercados nacionais.

2009-08-14

Contracção Espanhola

A economia espanhola registou uma contracção superior ao esperado no segundo trimestre do ano, sugerindo que a recuperação na Alemanha e em França ainda tem que chegar a Espanha, um país que em tempos foi também motor de crescimento da economia da Zona Euro.

O Produto Interno Bruto caiu 1,0% face ao trimestre anterior, altura em que havia recuado 1,9% segundo o Instituto Nacional de Estatística do país. Em relação ao ano anterior, a contracção ascende 4,1%. Este resultado foi mais negativo do que as previsões do Banco de Espanha, que havia estimado uma contracção trimestral de 0,9% e anual de 4,0%.

O processo de recuperação espanhola está a ser dos mais atrasados da Europa. Os dados divulgados ontem mostraram que as duas maiores economias da Europa, França e Alemanha, retomaram o crescimento no segundo trimestre, para além de outros países como Portugal e Grécia. Estando a combater a maior taxa de desemprego da Europa, ao nível dos 18%, o nosso país vizinho tem injectado liquidez na economia e está a colocar trabalhadores em projectos de construção públicos pelo país.

No entanto, de acordo com a OCDE, apesar do Governo estar a planear injectar na economia cerca de 2,3% do PIB do país e continuar com planos de estímulo em 2010, a economia deverá tornar a contrair no próximo ano. De acordo com esta organização, a economia espanhola vai registar uma contracção anual de 4,2% durante este ano e de 0,9% em 2010, o que a torna com o pior desempenho dos 30 países da OCDE a seguir à Hungria e Irlanda.

2009-08-13

Europa cresce

As economias francesa e alemã cresceram inesperadamente no segundo trimestre do ano, o que surpreendeu os economistas consultados pela Bloomberg, e vêm confirmar que a recessão na Zona Euro terá abrandado no último trimestre.

O Produto Interno Bruto cresceu 0,3% no segundo trimestre face aos três meses anteriores, quer em França que na Alemanha, de acordo com fontes oficiais de ambos os países, citados pela Bloomberg. Os economistas que haviam sido consultados pela Bloomberg estavam à espera de uma contracção de 0,2% da economia germânica e de 0,3% da economia francesa. Estes dados provocam a subida do euro face ao dólar em mais de meio cêntimo.

Com as duas principais e maiores economias europeias a retomar o crescimento, torna-se improvável que o Banco Central Europeu, liderado por Jean-Claude Trichet tome medidas adicionais de estímulo às economias. As medidas a nível global com o objectivo de revitalizar o crescimento tem provocado o aumento da procura por exportações um pouco por toda a Europa enquanto que os subsídios dados pelos governos e baixas taxas de juro têm suportado as despesas efectuadas em cada país. No entanto, com o desemprego a crescer a recuperação poderá ser lenta.

Durante o dia de hoje, o Eurostat irá divulgar o PIB dos 16 países que integram a Zona Euro. Os economistas estão à espera que a contracção da economia da região tenha abrandado, ideia que é reforçada após ter sido conhecido o crescimento das duas maiores economias. O valor estimado é de uma contracção trimestral de 0,5%. Nos EUA a economia recuou 1% no mesmo período.

2009-08-12

Lucros do ING

O ING Groep, maior empresa holandesa de serviços financeiros, anunciou que o lucro referente ao segundo trimestre do ano caiu 96%, uma queda superior às estimativas dos analistas consultados pela Bloomberg. Ainda assim, é de notar que é a primeira vez no espaço de um ano que apresenta resultados trimestrais positivos, com o regresso aos lucros do negócio dos seguros.

Após a divulgação dos resultados, os títulos chegaram a cair quase 15% na bolsa de Amesterdão, estando agora a cair cerca de 6%. O lucro do grupo foi de 71 milhões de euros que compara com os 1,92 mil milhões registados no período homólogo do ano anterior. Os analistas consultados pela Bloomberg estava à espera que o ING Groep registasse um lucro de 362 milhões de euros mas os resultados não conseguiram sequer atingir um quinto desse valor.

Jan Hommen, CEO do grupo desde Janeiro, está a planear vender activos com o objectivo de aumentar o capital da empresa em cerca de 8 mil milhões de euros. O banco anunciou que irá cortar mais de 8 mil postos de trabalho, um número superior ao que tinha sido anunciado anteriormente, e que pretende reduzir os custos em cerca de 1,3 mil milhões de euros no presente ano.

2009-08-11

Japão mantém juros

O Banco do Japão anunciou que mantém as suas preocupações acerca dos riscos de contracção da economia e de descida dos preços, apesar de serem cada vez mais os sinais de que a recessão económica que atingiu o país está a enfraquecer.

O Banco Central manteve a taxa de juro de referência em 0,1%, em linha de conta com as estimativas de dos 22 economistas consultados pela Bloomberg. O Governador Masaaki Shirakawa e os seus colegas privaram-se de revelar novas medidas, um mês após terem alargado o seu programa de crédito até ao final de 2009.

Segundo um analistas citados pela Bloomberg, a decisão de manter os actuais níveis das taxas de juro reflecte o quão cauteloso e conservador o Banco Central está acerca da recuperação da economia. Assim, segundo o mesmo analista da Calyon Services, unidade de banca de investimento do Credit Agricole, o Governador não aumentará a taxa directora até pelo menos 2010. Apesar da situação económica ter parado de piorar, o investimento efectuado pelas empresas está a cair a pique e o consumo por parte dos agregados familiares mantém-se genericamente fraco com o agravamento do desemprego.

A segunda maior economia do mundo, a do Japão, terá expandido 3,9% no segundo trimestre do ano depois de ter contraído nos quatro trimestre anteriores, segundo as estimativas avançadas por analistas consultados pela Bloomberg. Já as ordens de maquinaria, que indicam a despesa em capital nos três a seis meses seguintes, irão cair 8,6%.

2009-08-10

Imobiliário na China

As vendas de propriedades chinesas aumentarem 60% em valor nos primeiros sete meses do ano, aumentando as preocupações de que o montante recorde de empréstimos concedidos irá criar uma bolha na economia com mais rápido crescimento do mundo.

As vendas aceleraram depois de um ganho de 53% no primeiro semestre do ano face a igual período do ano anterior, segundo dados divulgados hoje pelo departamento de estatísticas. O investimento no sector imobiliário cresceu 11,6% face aos 9,9% nos seis primeiros meses do ano.

Os preços das casas nas 70 maiores cidades do país cresceram 1% em Julho face ao ano anterior, o maior aumento em nove meses, segundo dados oficiais da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma. O Primeiro-Ministro Wen Jiabao reiterou que a política monetária vai permanecer inalterada, depois da subida dos preços de activos ter feito aumentar a especulação de que poderia estar iminente a subida dos juros.

As acções relacionadas com o sector imobiliário, que ganharam 142% este ano para serem o grupo com melhor performance do índice de Shanghai, caíram 1,6% devido aos receios de que a concessão de crédito cresça mais lentamente.

O crescimento económico na China acelerou no segundo trimestre com o índice de Shanghai a valorizar quase 80% este ano, impulsionado pelos 1,1 biliões de dólares de crédito concedido nos primeiros seis meses do ano. Os preços das casas começaram a subir, depois de terem desvalorizado nos seis meses anteriores.

2009-08-07

Prejuízos no RBS

O Royal Bank of Scotland, o maior banco controlado pelo Governo do Reino Unido, anunciou que obteve um prejuízo de 1,04 mil milhões de libras no primeiro semestre do ano. Em igual período do ano anterior, o banco tinha registado um prejuízo de 827 milhões de libras.

O RBS anunciou ainda que vai aprovisionar 7,52 mil milhões de libras para pagar empréstimos em risco de incumprimento e outras imparidades. Neste campo, os analistas haviam estimado que as provisões iriam chegar às 6,4 mil milhões de libras. Depois de apresentar os seus resultados, o banco britânico chegou a estar a desvalorizou mais de 16%, uma vez que este resultado surpreendeu por completo o mercado. Os analistas consultados pela Bloomberg estavam a contar com um lucro na ordem dos 1,1 mil milhões de libras.

Segundo o CEO do banco, Stephen Hester, existem sinais que nos próximos dois anos o desempenho do grupo será fraco devido à grave situação económica que atingiu todo o mundo em 2008 e 2009, tendo consequências ao nível das imparidades e custos com o financiamento. Estas afirmações contrastam com as de Eric Daniels, CEO do Lloyds Banking Group, que considerava que as provisões para o crédito malparado tinham atingido já o seu pico.

Numa análise a estas duas posições antagónicas, Simon Maughan, analista da MF Global Securities, citado pela Bloomberg, afirma que a situação do RBS é uma chamada de atenção para a realidade para o optimismo dado pelo Lloyds. Não está a ser pessimista mas simplesmente a dizer as coisas como elas são.

Nos próximos três anos, os custos de reestruturação continuarão a ser considerados. Cerca de 70% das perdas do RBS vieram da unidade que não contém a actividade principal do grupo, que inclui os activos que pretender vender. De entre as operações que pertencem à actividade principal do banco, o lucro operacional na unidade de retalho britânica caiu para 53 milhões de libras face aos 514 milhões, enquanto que os custos com imparidade aumentaram 87% para os 824 milhões de libras.

2009-08-06

Deutsche Telekom

A Deutsche Telekom, maior empresa de comunicações da Europa, anunciou um aumento de 32% dos lucros no segundo trimestre do ano, com o corte dos seus custos.

O resultado líquido cresceu para 521 milhões de euros face aos 394 milhões registados no período homólogo do ano anterior. Ainda assim, não conseguiu bater as estimativas que os analistas consultados pela Bloomberg tinham avançado de 743 milhões de euros, justificada com a perda de clientes do Reino Unido.

Na semana passada, a Telefonica, BT group e France Telecom apresentaram resultados que superaram as estimativas dos analistas após terem cortado custos. A Deutsche Telekom diminuiu as suas previsões em Abril no seguimento dos maus resultados nos EUA, Polónia e Reino Unido. O valor da unidade britânica foi amortizado no primeiro trimestre por 1,8 mil milhões de euros. A operadora alemã anunciou hoje que as medidas que seguiu para melhorar essas unidades estão agora a começar a dar frutos e reviu as estimativas para o final do ano.

As vendas, incluindo a recente unidade grega, cresceram para 16,2 mil milhões de euros face aos 15,1 mil milhões, enquanto que o EBITDA cresceu para 5,03 mil milhões face aos 4,6 mil milhões. Os analistas tinham previsto que as vendas incrementassem para 16,3 mil milhões de euros e que o EBITDA se situasse nos 5,15 mil milhões. A Deutsche Telekom segue a valorizar 1,2%.

2009-08-05

Casas Reino Unido

Os preços das casas no Reino Unido aumentaram quase para o dobro do que foi estimado pelos analistas consultados pela Bloomberg, ao mesmo tempo que a confiança dos consumidores saltou cresceu para o nível mais elevado em mais de um ano, mostrando cada vez mais que a economia britânica está a sair da recessão.

O valor das casas subiu 1,1% para uma média de 159 623 libras, cerca de 188 mil euros, depois de ter caído 0,4% no mês anterior, segundo revelou a Halifax, divisão do Lloyds Banking. As previsões avançadas pelos 15 analistas consultados pela Bloomberg apontavam para um aumento dos preços em 0,6% durante o mês em questão. Em comparação com os preços registados durante o mesmo período de 2008, os preços caíram 9,9%.

De acordo com Peter Redfern, CEO da construtora residencial Taylor Wimpey, o mercado residencial está significativamente mais estável. Amanhã, o Banco de Inglaterra vai analisar se os sinais de recuperação económica são suficientemente fortes para parar com o programa de compra de activos com o dinheiro injectado na economia.

Os proprietários esperam que o valor das suas casas aumente 0,5% nos próximos 6 meses, naquele que será o maior aumento desde Dezembro de 2007. Ainda assim, Ralph Topping, CEO da William Hill, alerta para o crescente desemprego e os constrangimentos inerentes às despesas dos consumidores.

O Banco de Inglaterra, cuja taxa de juro de referência se encontra no nível mínimo histórico de 0,5%, vai decidir amanhã se vai alargar o seu programa de compra de activos de 125 mil milhões de libras. Metade dos economistas consultados pela Bloomberg acredita que sim enquanto que a outra metade não partilha da mesma opinião.

2009-08-04

Resultados UBS

O UBS, maior banco suíço em activos, registou a terceira queda trimestral consecutiva com base em nos custos relacionados com o corte de postos de trabalho e dos encargos relativos à redução à redução da sua dívida.

O prejuízo líquido aumentou para 1,4 mil milhões de Francos Suíços, cerca de 1,32 mil milhões de euros, no segundo trimestre do ano face aos 395 milhões de Francos Suíços, ou 258,9 mil milhões de euros, registados no período homólogo de 2008. Este resultado compara com a estimativa de 1,5 mil milhões de Francos Suíços avançada pelos analistas consultados pela Bloomberg, o que mostra que o prejuízo foi inferior àquilo que era esperado.

O CEO Oswald Gruebel, que tomou posse em Fevereiro, cortou 7500 postos de trabalho e vendeu a unidade brasileira. Gruebel afirmou que apesar dos mercados terem melhorado ao longo do segundo trimestre, ainda não é visível uma recuperação económica sustentada. Até ao segundo trimestre, as amortizações e perdas relacionadas com a crise financeira ascenderam a 53,1 mil milhões de dólares, cerca de 37,1 mil milhões de euros. Face a isto, o banco foi obrigado a aumentar o seu capital em 38 mil milhões dólares, cerca de 26,6 mil milhões de euros.

Os títulos do UBS avançavam 6,5% na negociação na Suiça, após o Departamento de Justiça norte-americano ter anunciado em conference call que os EUA e a Suiça tinham chegado a um acordo relativamente aos principais pontos do caso de fraude fiscal em que o banco esteve envolvido.

2009-08-03

Resultados Barclays

O Barclays, segundo maior banco britânico, anunciou que os resultados referentes ao primeiro semestre do ano cresceram 10%, com o lucro da unidade da banca de investimento quase que duplicar.

O resultado líquido ascendeu a 1,89 mil milhões de libras face aos 1,72 mil milhões registados em igual período do ano anterior. Contudo, este resultado falhou a estimativa de 2,2 mil milhões de libras avançada pelos analistas consultados pela Bloomberg. Estes resultados foram animados pelo negócio de concessão de empréstimos, após medidas de estímulo terem beneficiado o mercado de crédito e de o Barclays Capital ter quase duplicado os ganhos para 1,05 mil milhões de libras, dos anteriores 524 milhões, em período homólogo.

Os títulos do banco seguiam a valorizar cerca de 2,9% após o Barclays ter reduzido o nível de alavancagem para 22 vezes face às 32 que vigoravam no período homólogo de 2008. O rácio de capital Tier 1, que mede a saúde financeira dos bancos, vai subir para 8,8% após a venda do Barclays Global Investors, segundo o próprio banco, depois de no ano passado ter sido de 5,6%.

O Barclays foi o primeiro dos cinco maiores bancos britânicos a apresentar resultados para o período referido. O HSBC, maior banco europeu, vai anunciar resultados ainda hoje e o Lloyds vai divulgar na próxima quarta-feira, enquanto que na sexta-feira será a vez do Bank of Scotland.